Veja as 30 questões da prova de conhecimentos gerais da área de ciências humanas. Os temas cobrados na Unesp 2017 foram pintura rupestre, Donald Trump, Grand Canyon, rios voadores, Guerra dos Seis Dias, Escola Sem Partido, desigualdade social, mercado farmacêutico e racionalismo cartesiano.
Sobre a prova
A primeira fase do Vestibular Meio de Ano da Unesp 2017 aconteceu no dia 14 de maio. Ao todo o número de inscritos contam 11.800 que disputam 360 vagas.
Na prova de conhecimentos gerais na área de ciências humanas teve temas bem interessantes. Entre os temas a destacar é pintura rupestre, Donald Trump, Grand Canyon, rios voadores, Guerra dos Seis Dias, Escola Sem Partido, desigualdade social, mercado farmacêutico e racionalismo cartesiano.
As questões da prova de segunda fase estão disponíveis aqui e o tema da redação está aqui.
O gabarito está disposto no final deste post.
Errata: A imagem da questão 54 estava repetida da questão 50 (rios voadores). Informamos que arrumamos o erro e a imagem da questão 54 está correta.
Você já segue nossas redes sociais? Se ainda não, nos siga para saber novas publicações:
Confira nossas outras publicações
- Geografia no Vestibular indica: Curso de Física Enem
- Promo: lançamento do e-book Atualidades de humanas
- A Ideologia do Mérito!
- CIDADE MÉDIA
- UEL 2022 – primeira fase
Questões
Questão 31 – Examine duas pinturas produzidas na Caverna de Altamira, Espanha, durante o Período Paleolítico Superior.

Tais pinturas rupestres podem ser consideradas como
(A) manifestação do primitivismo de povos incapazes de representações realistas.
(B) expressão artística infantilizada e insuficiente para fornecer qualquer indício sobre a vida na Pré-História.
(C) comprovação do pragmatismo de povos primitivos, despreocupados de sua alimentação.
(D) representação, em linguagem visual, dos vínculos materiais de um povo com o seu ambiente.
(E) revelação da predominância do pensamento abstrato sobre o concreto nos povos pré-históricos.
Questão 32 – Em Aire-sur-la-Lys, em 15 de agosto de 1335, Jean de Picquigny, governador do condado de Artois, permite ao “maior, aos almotacés1 e à comunidade da cidade construir uma torre com um sino especial, por causa do mister da tecelagem e de outros misteres em que vários operários deslocam- se habitualmente em certas horas do dia”. (Jacques Le Goff. Por uma outra Idade Média, 2013. Adaptado.)
1 almotacé: inspetor municipal.
O texto revela
(A) a persistência da concepção antiga de emprego do tempo, associada aos ciclos da natureza.
(B) a persistência da concepção artesanal de emprego do tempo, associada à busca de maior qualidade.
(C) o surgimento de uma nova concepção de emprego do tempo, associada ao exercício do trabalho.
(D) o surgimento de uma nova concepção de emprego do tempo, associada à valorização do ócio.
(E) a persistência da concepção eclesiástica de emprego do tempo, associada à ditadura do relógio.
Questão 33 – Deveis saber, portanto, que existem duas formas de se combater: uma, pelas leis, outra, pela força. A primeira é própria do homem; a segunda, dos animais. Como, porém, muitas vezes a primeira não seja suficiente, é preciso recorrer à segunda. Ao príncipe torna-se necessário, porém, saber empregar convenientemente o animal e o homem. […] Nas ações de todos os homens, máxime dos príncipes, onde não há tribunal para que recorrer, o que importa é o êxito bom ou mau. Procure, pois, um príncipe, vencer e conservar o Estado. (Nicolau Maquiavel. O príncipe, 1983.)
O texto, escrito por volta de 1513, em pleno período do Renascimento italiano, orienta o governante a
(A) defender a fé e honrar os valores morais e sagrados.
(B) valorizar e priorizar as ações armadas em detrimento do respeito às leis.
(C) basear suas decisões na razão e nos princípios éticos.
(D) comportar-se e tomar suas decisões conforme a circunstância política.
(E) agir de forma a sempre proteger e beneficiar os governados.
Questão 34 – Os deuses disseram entre si depois de criar o homem: “O que os homens comerão, oh deuses? Vamos já todos buscar o alimento.” Enquanto isso, as formigas vermelhas estavam colhendo e carregando os grãos de milho que traziam de dentro do Tonacatepetl (Montanha do Sustento). O deus Quetzalcoatl encontrou as formigas e lhes disse: “Digam-me, onde vocês colheram os grãos de milho?”. Muitas vezes lhes perguntou, mas as formigas não quiseram responder. Algum tempo depois, as formigas disseram a Quetzalcoatl: “Lá.” E apontaram o lugar. Quetzalcoatl se transformou em formiga negra e as acompanhou. Desse modo, Quetzalcoatl acompanhou as formigas vermelhas até o depósito, arranjou o milho e em seguida o levou a Tamoanchan (moradia dos deuses e onde o homem havia sido criado). Ali os deuses o mastigaram e o puseram na nossa boca para nos robustecer. (Apud Eduardo Natalino dos Santos. Cidades pré-hispânicas do México e da América Central, 2004.)
O texto asteca
(A) promove a divulgação das qualidades nutricionais do milho para o fortalecimento dos guerreiros mesoamericanos.
(B) oferece uma explicação mítica para a importância do milho na base da alimentação dos povos mesoamericanos.
(C) demonstra sustentação histórica e claro desenvolvimento de pensamento lógico e racional.
(D) procura justificar o fato de apenas os governantes dos povos mesoamericanos poderem exercer atividades agrícolas.
(E) revela a influência das fábulas europeias na construção do imaginário dos povos mesoamericanos.
Questão 35 – A Inconfidência Mineira (1789) e a Conjuração Baiana (1798) tiveram semelhanças e diferenças significativas. É correto afirmar que
(A) as duas revoltas tiveram como objetivo central a luta pelo fim da escravidão.
(B) a revolta mineira teve caráter eminentemente popular e a baiana, aristocrático e burguês.
(C) a revolta mineira propunha a independência brasileira e a baiana, a manutenção dos laços com Portugal.
(D) as duas revoltas obtiveram vitórias militares no início, mas acabaram derrotadas.
(E) as duas revoltas incorporaram e difundiram ideias e princípios iluministas.
Questão 36 – Nem todos os homens se renderam diante das forças irresistíveis do novo mundo fabril, e a experiência do movimento dos quebradores de máquina demonstra uma inequívoca capacidade dos trabalhadores para desencadear uma luta aberta contra o sistema de fábrica. De um lado, esse movimento de resistência visava investir contra as novas relações hierárquicas e autoritárias introduzidas no interior do processo de trabalho fabril, e nessa medida a destruição das máquinas funcionava como mecanismo de pressão contra a nova direção organizativa das empresas; de outro lado, inúmeras atividades de destruição carregaram implicitamente uma profunda hostilidade contra as novas máquinas e contra o marco organizador da produção que essa tecnologia impunha. (Edgar de Decca. O nascimento das fábricas, 1982. Adaptado.)
De acordo com o texto, os movimentos dos quebradores de máquinas, na Inglaterra do final do século XVIII e início do XIX,
(A) expunham a rápida e eficaz ação dos sindicatos, capazes de coordenar ações destrutivas em fábricas de diversas partes do país.
(B) representavam uma reação diante da ordem e da disciplinarização do trabalho, facilitadas pelo emprego de máquinas na produção fabril.
(C) indicavam o aprimoramento das condições de trabalho nas fábricas, que contavam com aparato de segurança interna contra atos de vandalismo.
(D) revelavam a ingenuidade de alguns trabalhadores, que não percebiam que as máquinas auxiliavam e facilitavam seu trabalho.
(E) simbolizavam a rebeldia da maioria dos trabalhadores, envolvidos com partidos e agrupamentos políticos de inspiração marxista.
Questão 37 – A Revolta dos Malês, ocorrida em 1835 na Bahia, contou com ampla participação popular e defendeu, entre outras propostas,
(A) a rejeição ao catolicismo e a construção de uma ordem islâmica.
(B) a manutenção da escravidão de africanos e a ampliação da escravização de indígenas.
(C) o retorno de D. Pedro I e o restabelecimento da monarquia absolutista.
(D) a ampliação das relações diplomáticas e comerciais com os países africanos.
(E) o reconhecimento dos direitos e deveres de todo cidadão brasileiro.
Questão 38 – Na passagem dos anos 1920 para a década seguinte, a política de valorização do café no Brasil
(A) impediu o avanço da produção de cacau, algodão e borracha, devido à concentração de recursos econômicos no Nordeste.
(B) facilitou o deslocamento de capitais do setor industrial para o agrário, que aproveitava a estabilidade dos mercados externos para se desenvolver.
(C) agravou a crise econômica, devido ao alto volume de café estocado e à redução significativa dos mercados estrangeiros para a mercadoria.
(D) sustentou a hegemonia financeira da região Nordeste, que prolongou sua liderança e comando político por mais duas décadas.
(E) foi compensada pela estratégia governamental de supervalorização do câmbio, o que permitiu o aumento significativo das exportações de café.
Leia o excerto para responder às questões de 39 a 41.
Dado que o Presidente eleito Donald Trump articulou uma visão coerente dos assuntos externos, parece que os Estados Unidos devem rejeitar a maioria das políticas do período pós-1945. Para Trump, a OTAN é um mau negócio, a corrida nuclear é algo bom, o presidente russo Vladimir Putin é um colega admirável, os grandes negócios vantajosos apenas para nós, norte-americanos, devem substituir o livre-comércio. Com seu estilo peculiar, Trump está forçando uma pergunta que, provavelmente, deveria ter sido levantada há 25 anos: os Estados Unidos devem ser uma potência global, que mantenha a ordem mundial – inclusive com o uso de armas, o que Theodore Roosevelt chamou, como todos sabem, de Big Stick? Curiosamente, a morte da União Soviética e o fim da Guerra Fria não provocaram imediatamente esse debate. Na década de 1990, manter um papel de liderança global para os Estados Unidos parecia barato – afinal, outras nações pagaram pela Guerra do Golfo Pérsico de 1991. Nesse conflito e nas sucessivas intervenções norte-americanas na antiga Iugoslávia, os custos e as perdas foram baixos. Então, no início dos anos 2000, os americanos foram compreensivelmente absorvidos pelas consequências do 11 de setembro e pelas guerras e ataques terroristas que se seguiram. Agora, para melhor ou para pior, o debate está nas nossas mãos. (Eliot Cohen. “Should the U.S. still carry a ‘big stick’?”.www.latimes.com, 18.01.2017. Adaptado.)
Questão 39 – A chamada “política do Big Stick”, desenvolvida pelo presidente norte-americano Theodore Roosevelt, manifestou-se por meio
(A) do respeito ao princípio da autonomia e da independência dos povos nativos do continente americano.
(B) dos estímulos financeiros à recuperação econômica dos países latino-americanos, após a depressão econômica de 1929.
(C) das contínuas intervenções diretas e indiretas em assuntos internos dos países latino-americanos.
(D) da elevação das taxas alfandegárias na entrada de mercadorias europeias nos Estados Unidos, após a crise de 1929.
(E) da repressão às manifestações por direitos civis nos Estados Unidos da década de 1960.
Questão 40 – O texto identifica dois períodos distintos nas relações globais após o fim da Guerra Fria. Tais períodos podem ser descritos da seguinte forma:
(A) primeiro, uma fase de ordem mundial multipolarizada; depois, uma etapa marcada pela atuação russa e estadunidense como mediadores em áreas de conflito.
(B) primeiro, uma fase de constantes atentados terroristas na Europa; depois, uma etapa de afirmação e consolidação da liderança industrial-militar estadunidense.
(C) primeiro, uma fase de frequente intervencionismo norte-americano em conflitos regionais; depois, uma etapa de dúvida quanto ao papel dos Estados Unidos no cenário global.
(D) primeiro, uma fase de alianças e acordos comerciais entre países europeus e latino-americanos; depois, uma etapa voltada à implantação de blocos econômicos regionais.
(E) primeiro, uma fase de acelerado armamentismo russo e norte-americano; depois, uma etapa de distensão e de estabelecimento de uma ordem mundial bipolarizada.
Questão 41 – Um dos principais lemas da campanha presidencial de Donald Trump foi “Make America Great Again”. Tal lema pode ser associado à seguinte frase do texto:
(A) “Com seu estilo peculiar, Trump está forçando uma pergunta que, provavelmente, deveria ter sido levantada há 25 anos”.
(B) “O Presidente eleito Donald Trump articulou uma visão coerente dos assuntos externos”.
(C) “Na década de 1990, manter um papel de liderança global para os Estados Unidos parecia barato”.
(D) “Os Estados Unidos devem ser uma potência global, que mantenha a ordem mundial”.
(E) “Curiosamente, a morte da União Soviética e o fim da Guerra Fria não provocaram imediatamente esse debate”.
Questão 42 – No presidencialismo, a instabilidade da coalisão pode atingir diretamente a presidência. É menor o grau de liberdade de recomposição de forças, através da reforma do gabinete, sem que se ameacem as bases de sustentação da coalisão governante. No Congresso, a polarização tende a transformar “coalisões secundárias” e facções partidárias em “coalisões de veto”, elevando perigosamente a probabilidade de paralisia decisória e consequente ruptura da ordem política. (Sérgio Henrique H. de Abranches. “Presidencialismo de coalisão: o dilema institucional brasileiro”. Dados, 1988.)
Os impasses do chamado “presidencialismo de coalisão” podem ser identificados em pelo menos dois momentos da história brasileira:
(A) nas sucessivas constituintes realizadas entre 1934 e 1946 e na instabilidade política da chamada Primeira República.
(B) nas dificuldades políticas enfrentadas no período de 1946 a 1964 e nas crises governamentais da chamada Nova República.
(C) na reforma partidária do final do regime militar e na pulverização dos votos populares nas eleições presidenciais de 1989 e 1998.
(D) na crise final do Segundo Império e no fechamento político provocado pela implantação do Estado Novo de Getúlio Vargas.
(E) nas críticas à política dos governadores implementada por Campos Sales e no golpe militar que encerrou o governo de João Goulart.
Questão 43 – Em 1955 foi realizada na Indonésia a Conferência de Bandung, que lançou as bases do chamado Movimento dos Não Alinhados. Considerando o contexto do Pós-Segunda Guerra Mundial, a Conferência de Bandung expressava
(A) uma manifestação pelo reconhecimento internacional da hegemonia asiática sobre a economia do pós-guerra.
(B) uma ruptura com os padrões socioculturais preconizados pela Tríplice Aliança e pela Tríplice Entente.
(C) a resistência política contra os confrontos armados entre os Países Aliados e os Países do Eixo.
(D) a consolidação da influência socialista no hemisfério oriental, com a redefinição de antigas fronteiras políticas.
(E) a tentativa de alguns países de se manterem neutros diante da bipolaridade estabelecida pela Guerra Fria.
Questão 44 – Leia o texto e responda
Texto 1 – Depois de autorizar a expansão dos assentamentos em Jerusalém Oriental, Israel aprovou a construção de 2 500 casas na Cisjordânia. (www.brasil.elpais.com, 24.01.2017. Adaptado.)
Texto 2 – O Conselho de Segurança da ONU exigiu que Israel parasse de construir casas na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental. O argumento é que os assentamentos “colocam em risco a viabilidade da solução de dois Estados”. (www.cartacapital.com.br, 02.02.2017. Adaptado.)
O atrito entre Israel e o Conselho de Segurança da ONU deve-se ao fato de
(A) Cisjordânia e Jerusalém Oriental serem territórios palestinos tomados por Israel na Guerra dos Seis Dias.
(B) Cisjordânia e Jerusalém Oriental estabelecerem planos de ocupação com ideais socialistas no Oriente Médio.
(C) Israel ter mantido a ocupação dos territórios, em desrespeito ao acordo de paz de Yom Kipur.
(D) Israel consolidar a segregação entre hutus e tutsis, com a criação de assentamentos em regiões periféricas.
(E) Cisjordânia e Jerusalém Oriental receberem refugiados ossétios, apesar do apoio israelense aos georgianos.
Questão 45 – Considerando os setores da economia, o conjunto das atividades intensivas em pesquisa, desenvolvimento e inovação ligadas ao mundo da informação tecnológica indica a configuração do setor
(A) especulativo.
(B) informal.
(C) primário.
(D) transnacional.
(E) quaternário.
Questão 46 – Leia o excerto do romance Águas atávicas, do escritor Marcos Faustino.
Império das águas, deserto de gente. Reino das onças, veados mateiros e capivaras na terra firme. Nos ares, multidão de pássaros variados, belas garças e os grandes e desajeitados tuiuiús, jaburus. Por baixo, no esconderijo das águas, o perigo dos jacarés traiçoeiros, sucuris imensas e peixes aos milhares. Brejão úmido de imensas planuras. Esparsas ilhas de terrenos pouco mais elevados, maiores na vazante da seca em setembro, menores nas enchentes de fevereiro. (Apud IBGE. Atlas das representações literárias de regiões brasileiras, 2016. Adaptado.)
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) elaborou uma regionalização literária associando conhecimentos geográficos à percepção espacial das tramas brasileiras. A região literária apresentada no excerto corresponde ao
(A) Pantanal.
(B) Jalapão.
(C) Vale do Rio Doce.
(D) Pampa.
(E) Vale do Itajaí.
Questão 47 – Na década passada, a demanda por determinadas mercadorias aumentou muito, puxada, principalmente, pelo crescimento acelerado da China. Isso influenciou os preços, que ficaram mais altos e favoreceu os países produtores. Foi um período de bom crescimento do PIB brasileiro, mesmo com a crise mundial de 2008. A atual queda em seus preços globais começou com a desaceleração da China, por volta de 2011. O país asiático vive um processo de transição para um novo modelo econômico, que valoriza o mercado interno em detrimento da produção industrial para exportação. (www.nexojornal.com.br. Adaptado.)
De grande importância para a economia brasileira, as mercadorias, negociadas globalmente, a que o excerto se refere correspondem a
(A) bens de produção.
(B) microcondutores.
(C) commodities.
(D) insumos agropecuários.
(E) veículos.
Questão 48 – Dentro da atual produção do espaço urbano, o Estado no Brasil constitui
(A) um agente regulador incumbido de condenar a especulação urbana praticada por empresas.
(B) um ator central capaz de induzir à acumulação de capital através da realização de investimentos.
(C) um órgão corporativo interessado na desapropriação de imóveis que não cumprem sua função social.
(D) uma organização mista responsável por garantir a livre exploração dos espaços ocupados.
(E) uma estrutura colaborativa apta a julgar a permanência da população de baixa renda nas cidades.
Questão 49 –

É correto afirmar que as imagens do Grand Canyon apresentadas demonstram
(A) o processo de uso e ocupação do solo e as potencialidades da atividade extrativista mineral.
(B) as transformações provocadas pelos fenômenos da natureza e a expressão do tempo geológico.
(C) os impactos da ação humana nas formas do relevo e o desequilíbrio provocado por essas ações nos processos deposicionais.
(D) o resultado do processo de epirogênese e a presença de aquíferos ao longo das vertentes.
(E) a modelagem do relevo pelos processos erosivos e os diferentes horizontes encontrados no solo.
Questão 50 – Os chamados rios voadores são correntes de ar carregadas de vapor de água. A imagem representa a dinâmica desses rios em parte da América do Sul, sobretudo no Brasil.

Considerando a imagem e o fenômeno dos rios voadores, é correto afirmar que:
(A) em 2, verifica-se o fornecimento de umidade às massas de ar pela evaporação da água do oceano.
(B) em 4, verifica-se a evapotranspiração na Amazônia que absorve a umidade dos ventos que a percorrem.
(C) em 1, verifica-se a precipitação que participa da formação dos rios voadores que correm pela Bacia do Amazonas.
(D) em 3, verifica-se a barreira geográfica dos Andes que redireciona os ventos para o centro do continente.
(E) em 5, verifica-se a chegada das massas de ar ao extremo sul do Brasil e seu redirecionamento ao Paraguai e à Argentina.
Questão 51 – Os furacões são movimentos bruscos de ar que se caracterizam por
(A) sua origem terrestre, com alteração da circulação vertical do ar e concentração de poluentes na superfície.
(B) sua origem terrestre, com ciclo de vida de poucos minutos e elevado poder de destruição.
(C) sua origem equatorial, com ligação à parcela ascendente da célula de Hadley e circulação geral da atmosfera.
(D) sua origem oceânica, com dependência de centros de baixa pressão e elevada temperatura da água.
(E) sua origem oceânica, com resfriamento anormal das águas do Oceano Pacífico e ocorrência temporal regular.
Questão 52 – A Mata Atlântica desempenha uma extraordinária função social. Cobrindo parcela significativa do território brasileiro, a biodiversidade da Mata Atlântica fornece serviços ecológicos essenciais para cerca de 145 milhões de pessoas (70% da população brasileira) e constitui a base de recursos para uma parcela considerável do produto interno bruto do país. (José M. C. Silva et al. “Conservação da Mata Atlântica brasileira”. In: Diogo C. Cabral e Ana G. Bustamante (orgs). Metamorfoses florestais, 2016. Adaptado.)
Considerando a função social destacada no excerto, são exemplos de serviços ecológicos prestados pela Mata Atlântica preservada:
(A) a produção de oxigênio e a purificação do ar.
(B) a seleção de espécies com valor econômico e a polinização das culturas.
(C) a proteção contra a erosão e a recuperação de áreas agricultáveis.
(D) a decomposição de rejeitos urbanos e o fornecimento de madeira.
(E) a regulação do clima e o tratamento da água.
Questão 53 – O desastre de Chernobyl ainda custa caro. Hoje o governo gasta até 7% dos impostos para garantir o isolamento e a segurança de uma região maior que um Parque do Ibirapuera e meio. O país já aceitou que a Zona de Exclusão não vai servir para moradia, plantação nem para a atividade madeireira tão cedo. (www.superinteressante.com.br. Adaptado.)
O acidente e o país relacionados ao fato mencionado no excerto correspondem, respectivamente,
(A) ao soterramento de planícies e à Índia.
(B) ao vazamento de poços de petróleo e ao Kuwait.
(C) à ocorrência de um terremoto e ao Japão.
(D) ao rompimento de uma barragem hidrelétrica e à China.
(E) à explosão de uma usina nuclear e à Ucrânia.
Questão 54 – A forma de representação espacial apresentada é caracterizada

(A) pela presença de um sistema de coordenadas que auxilia na demarcação de aspectos físicos ou humanos na superfície terrestre, com uma escala pequena.
(B) pela articulação de folhas de forma sistemática para permitir análises precisas de distâncias, direções e localização, com uma escala pequena.
(C) pela relação entre a restrição de uma área e a oferta de informações detalhadas do espaço geográfico, com uma escala grande.
(D) pela reunião de aspectos naturais ou da divisão política observados em uma superfície esférica, com uma escala pequena.
(E) pela expressão de um formato geoide em uma superfície plana segundo as necessidades de uso do leitor, com uma escala grande.
Questão 55 – Leia o texto e responda
Texto 1 – O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou pedido de juiz do Rio de Janeiro que reivindica que a Justiça obrigue os funcionários do prédio onde esse juiz mora a chamá-lo de “senhor” ou de “doutor”, sob pena de multa diária. Na ação judicial, o juiz argumenta que foi chamado pelo porteiro do condomínio de “você” e de “cara” e que ouviu a expressão “fala sério!” após ter feito uma reclamação. (Mariana Oliveira. “Ministro do STF nega pedido de juiz que quer ser chamado de ‘doutor’”. http://g1.globo.com, 22.04.2014. Adaptado.)
Texto 2 – O “Você sabe com quem está falando?” não parece ser uma expressão nova, mas velha, tradicional, entre nós. Na medida em que as marcas de posição e hierarquização tradicional, como a bengala, as roupas de linho branco, o anel de grau e a caneta-tinteiro no bolso de fora do paletó se dissolvem, incrementa-se imediatamente o uso da expressão separadora de posições sociais para que o igualitarismo formal e legal, mas cambaleante na prática social, possa ficar submetido a outras formas de hierarquização social. (Roberto da Matta. Carnavais, malandros e heróis, 1983. Adaptado.)
Considerando a análise do antropólogo Roberto da Matta, o fato descrito no texto 1 pode ser corretamente interpretado como resultante
(A) da contradição entre igualitarismo liberal e autoritarismo cultural.
(B) da plena assimilação cultural dos ideais iluministas de cidadania.
(C) das tendências estatais de controle totalitário da existência cotidiana.
(D) da superação das hierarquias sociais pela universalização ética.
(E) da hegemonia ideológica da classe operária sobre a classe burguesa.
Questão 56 – Leia o texto e responda
Texto 1 – O professor não se aproveitará da audiência cativa dos estudantes para promover os seus próprios interesses, opiniões ou preferências ideológicas, religiosas, morais, políticas e partidárias. Ao tratar de questões políticas, socioculturais e econômicas, o professor apresentará aos alunos, de forma justa – isto é com a mesma profundidade e seriedade –, as principais versões, teorias, opiniões e perspectivas concorrentes a respeito. O professor respeitará o direito dos pais a que seus filhos recebam a educação moral que esteja de acordo com suas próprias convicções. (www.programaescolasempartido.org. Adaptado.)
Texto 2 – Ciências sempre incluem controvérsias, mesmo física e química. Se não ensinamos isso também, ensinamos errado. E o mesmo vale para história e sociologia – o professor precisa ensinar Karl Marx, mas também Adam Smith e Émile Durkheim. Mas o conhecimento que precisa ser passado é essencialmente científico – o que não inclui o criacionismo, que é uma teoria religiosa. Com todo respeito, mas família é família, e sociedade é sociedade: a família pode ter crenças de preconceito homofóbico ou contra a mulher, por exemplo, e não se pode deixar que um jovem nunca seja exposto a um ponto de vista diferente desses. Ele tem que ser exposto a outros valores. (Renato Janine Ribeiro. https://educacao.uol.com.br, 21.07.2016. Adaptado.)
O confronto entre os dois textos permite concluir corretamente que
(A) ambos atribuem a mesma importância à fé religiosa e à ciência como fundamentos educativos.
(B) ambos defendem o relativismo no campo dos valores morais, valorizando a aceitação das diferenças.
(C) as duas abordagens valorizam a doutrinação ideológica do professor sobre o aluno no campo educativo.
(D) o texto 1 assume uma posição moralmente conservadora, enquanto o texto 2 defende uma educação pluralista.
(E) o texto 1 é contrário a preconceitos morais, enquanto o texto 2 denuncia o cientificismo na educação.
Questão 57 – Leia o texto e responda
Texto 1 – Nunca houve no mundo tanta gente vivendo com suas necessidades básicas atendidas, nunca uma porcentagem tão alta da população mundial viveu fora da miséria – uma vitória espetacular, num planeta com 7 bilhões de habitantes. Nunca houve menos fome. Nunca tantos tiveram tanta educação nem tanto acesso à saúde. (José Roberto Guzzo. “Um mundo de angústias”. Veja, 25.01.2017.)
Texto 2 – Mais sóbrio – e talvez mais pessimista – é olhar para quanto cada grupo se apropriou do crescimento total: os 10% mais ricos da população global se apropriaram de 60% de todo o crescimento do mundo entre 1988 e 2008. Uma grande massa de população melhorou de vida, é verdade, mas o que esse dado demonstra é que poderia ter melhorado muito mais se o resultado do crescimento não terminasse tão concentrado nas mãos dos ricos. O que está em jogo é mais do que dinheiro. Em um mundo globalizado, os estados nacionais perdem força. Um grupo pequeno de pessoas com muita riqueza tem grande poder de colocar as cartas a seu favor. Em casos extremos, a desigualdade é uma ameaça à democracia. (Marcelo Medeiros. “O mundo é o lugar mais desigual do mundo”. http://piaui.folha.uol.com.br, junho de 2016. Adaptado.)
O confronto entre os dois textos permite concluir corretamente que
(A) ambos manifestam um ponto de vista liberal em termos ideológicos, pois repercutem as vantagens da valorização do livre mercado e da meritocracia.
(B) o texto 1 pressupõe concordância com o liberalismo econômico, enquanto o texto 2 integra problemas econômicos com tendências de retrocesso político.
(C) o texto 1 critica o progresso entendido como aperfeiçoamento contínuo da humanidade, enquanto o texto 2 valoriza a globalização econômica.
(D) ambos apresentam um enfoque crítico e negativo sobre os efeitos do neoliberalismo econômico e suas fortes tendências de diminuição dos gastos públicos.
(E) ambos manifestam um ponto de vista socialista em termos ideológicos, pois enfatizam a necessidade de diminuição da concentração de renda mundial.
Questão 58 – Leia o trecho da entrevista
Folha – Qual é a sua maior preocupação com o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, conhecido como a “bíblia da psiquiatria”)? Corremos o risco de todos sermos considerados doentes mentais?
Allen Frances – O DSM-5 expandiu ainda mais o que já era um sistema de diagnóstico muito vagamente definido. Tristeza normal, como o luto, por exemplo, torna-se transtorno depressivo maior; comer em excesso, torna-se transtorno da compulsão alimentar; ataques de birras de crianças podem se tornar “transtorno do temperamento irregular”; o esquecimento na velhice passa a ser transtorno neurocognitivo leve; e as crianças normais são diagnosticadas com déficit de atenção e hiperatividade.
Folha – Qual a influência que as grandes farmacêuticas exercem nessa tendência?
Allen Frances – As multinacionais farmacêuticas não têm qualquer influência direta sobre as decisões do DSM, mas aproveitam qualquer oportunidade para criar novas desordens psiquiátricas. Eu acredito, por exemplo, que as farmacêuticas sejam as responsáveis por essas falsas epidemias de TDAH (transtorno do déficit de atenção e hiperatividade) e transtorno bipolar. (Cláudia Colucci. “Gastamos muito dinheiro para tratar pessoas normais, diz psiquiatra”. http://www.folha.uol.com.br, 11.09.2016.)
De acordo com o texto,
(A) o problema mais importante na área da psiquiatria é a universalização do acesso a tratamentos médicos.
(B) o progresso científico no diagnóstico psiquiátrico pressupõe a autonomia absoluta de cada indivíduo.
(C) há tendências preocupantes de patologização e medicalização de comportamentos cotidianos.
(D) os critérios de diagnóstico da psiquiatria são diretamente condicionados pelo mercado farmacêutico.
(E) a medicalização da vida é guiada por critérios científicos e filosoficamente indiscutíveis.
Questão 59 – Concentração e controle, em nossa cultura, escondem-se em sua própria manifestação. Se não fossem camuflados, provocariam resistências. Por isso, precisa ser mantida a ilusão e, em certa medida, até a realidade de uma realização individual. Por pseudo-individuação entendemos o envolvimento da cultura de massas com uma aparência de livre-escolha. A padronização musical mantém os indivíduos enquadrados, por assim dizer, escutando por eles. A pseudo-individuação, por sua vez, os mantém enquadrados, fazendo-os esquecer que o que eles escutam já é sempre escutado por eles, “pré-digerido”. (Theodor Adorno. “Sobre música popular”. In: Gabriel Cohn (org.). Theodor Adorno, 1986. Adaptado.)
Em termos filosóficos, a pseudo-individuação é um conceito
(A) identificado com a autonomia do sujeito na relação com a indústria cultural.
(B) que identifica o caráter aristocrático da cultura musical na sociedade de massas.
(C) que expressa o controle disfarçado dos consumidores no campo da cultura.
(D) aplicável somente a indivíduos governados por regimes políticos totalitários.
(E) relacionado à autonomia estética dos produtores musicais na relação com o mercado.
Questão 60 – Todas as vezes que mantenho minha vontade dentro dos limites do meu conhecimento, de tal maneira que ela não formule juízo algum a não ser a respeito das coisas que lhe são claras e distintamente representadas pelo entendimento, não pode acontecer que eu me equivoque; pois toda concepção clara e distinta é, com certeza, alguma coisa de real e de positivo, e, assim, não pode se originar do nada, mas deve ter obrigatoriamente Deus como seu autor; Deus que, sendo perfeito, não pode ser causa de equívoco algum; e, por conseguinte, é necessário concluir que uma tal concepção ou um tal juízo é verdadeiro. (René Descartes. “Vida e Obra”. Os pensadores, 2000.)
Sobre o racionalismo cartesiano, é correto afirmar que
(A) sua concepção sobre a existência de Deus exerceu grande influência na renovação religiosa da época.
(B) sua valorização da clareza e distinção do conhecimento científico baseou-se no irracionalismo.
(C) desenvolveu as bases racionais para a crítica do mecanicismo como método de conhecimento.
(D) formulou conceitos filosóficos fortemente contrários ao heliocentrismo defendido por Galileu.
(E) se tratou de um pensamento responsável pela fundamentação do método científico moderno.
Gabarito
31 – Alternativa D
32 – Alternativa C
33 – Alternativa D
34 – Alternativa B
35 – Alternativa E
36 – Alternativa B
37 – Alternativa A
38 – Alternativa C
39 – Alternativa C.
Inspirado em um provérbio africano que dizia “Fale com suavidade e tenha na mão um grande porrete”, Theodore Roosevelt, presidente norte-americano (1901-1909) mostrava com isso que, para proteger os Estados Unidos, agiria com diplomacia, mas não hesitaria em utilizar sua autoridade, caso fosse necessária. (leia mais)
40 – Alternativa C
41 – Alternativa D. A frase “Make America Great Again” simboliza a pretensão de Donald Trump de torna o EUA como uma potencial mundial, uma vez que, sua posição está ameaçada pela China.
42 – Alternativa B
43 – Alternativa E
44 – Alternativa A.
A Guerra dos Seis Dias (1967) foi o terceiro conflito árabe-israelense que envolveu Israel e os países árabes como Egito, Síria e Jordânia. A principal consequência da guerra foi o aumento do território de Israel, que conquistou a Península do Sinai e Faixa de Gaza (ambos pertencentes ao Egito), a Cisjordânia e de Jerusalém oriental (pertencente a Jordânia), e as colinas de Golã (pertencente a Síria). (leia mais)
45 – Alternativa E.
Ainda existe muita especulação sobre o setor da economia ligado ao quaternário, mas é relacionado com o desenvolvimento da biotecnologia, que alia atividade de pesquisas, desenvolvimento e inovações.
46 – Alternativa A
47 – Alternativa C
48 – Alternativa B
49 – Alternativa B
50 – Alternativa D
51 – Alternativa D
52 – Alternativa A
53 – Alternativa E
54 – Alternativa C
55 – Alternativa A
56 – Alternativa D
57 – Alternativa B
58 – Alternativa C
59 – Alternativa C
60 – Alternativa E
3 comentários em “Vestibular meio do ano da Unesp 2017: Prova de Conhecimentos Gerais:”